Desde 18 de outubro de 2019, o Chile tem vivido os protestos mais violentos dos últimos 30 anos. Embora o estopim dos protestos tenha sido o aumento na tarifa do metrô em Santiago, as raízes dessa insatisfação popular incluem a elevada desigualdade de renda (a mais alta entre países da OCDE) e os esforços da classe média para escapar da precariedade, apesar do robusto crescimento econômico (em média, +3,1% ao longo da última década).

Nas próximas semanas, os riscos de saques continuam elevados e é provável que haja grandes interrupções no transporte e na cadeia de suprimentos. Pequenas empresas em setores específicos como transporte público, supermercados e varejo podem enfrentar problemas financeiros. Portanto, o governo implementou uma "nova agenda social", comprometendo-se a elevar a aposentadoria mínima em 20%, cortar os preços dos medicamentos para os pobres e garantir um salário mensal mínimo de 480 dólares. Para financiar essa agenda, o Presidente Piñera anunciou que elevaria o imposto de renda de 35% para 40% para aqueles que ganham mais de 11 mil dólares por mês e cortaria os salários do funcionários público.

Vemos pouco impacto relevante sobre a atividade econômica nacional até o momento. Ainda assim, os protestos continuam. Se as greves continuarem, especialmente na maior mina de cobre do país, podemos ver um impacto negativo mais forte afetando o crescimento, como em 2017.