Questões ambientais, sociais e de governança (ESG, Environmental, Social and Governance) chegaram a um ponto de virada na economia global: para empresas e investidores, ficou claro que estas questões afetarão o crescimento, a participação de mercado e a rentabilidade. Por isso, qualquer empresa – e qualquer país – que deseje atrair capital deverá levar questões de ESG em consideração. O mesmo vale na direção contrária: se negligenciadas, questões de sustentabilidade podem afetar cada vez mais o seu risco de não pagamento.

A Allianz Trade é a primeira companhia de seguro de crédito a incluir todos os indicadores de ESG em sua metodologia de classificação.

O que isso muda na metodologia?

A metodologia de classificação de risco-país da Allianz Trade mede o risco de não pagamento de uma empresa em um determinado país devido a condições ou eventos fora do seu controle. No curto prazo, a classificação mede o risco comercial e de financiamento. No médio prazo, ela mede o risco macroeconômico, o risco político e o Ambiente de Negócios Estrutural (SBE, Structural Business Environment).

Essa subclassificação SBE é atualmente determinada em uma escala de 1 a 6 usando quatro indicadores quantificados do Banco Mundial: A Facilidade de Fazer Negócios (pontuação geral, ponderação de 50% da subclassificação), qualidade regulatória, Predomínio do Estado de Direito e controle da corrupção (16,7% da subclassificação para cada critério).

Estes quatro indicadores de Classificação SBE serão agora complementados por um indicador adicional que cobre a sustentabilidade ambiental, que terá um peso de 20% na subclassificação. Portanto, o peso do indicador de Facilidade de Fazer Negócios será reduzido de 50% a 30%.

Como a sustentabilidade ambiental é calculada?

A combinação dos cinco indicadores a seguir gera uma pontuação e subclassificação de sustentabilidade em uma escala de 1 a 6. O julgamento final inclui a análise qualitativa pelos economistas e especialistas regionais da Allianz Trade:

  • Uso de energia por PIB: kg de petróleo equivalente por 1.000 de dólares do PIB, constante 2011 PPP
  • Produção de eletricidade renovável: parcela de produção total de eletricidade
  • Emissões de CO2 por PIB: kg por 2011 PPP USD do PIB
  • Escassez hídrica: débito de água potável anual como proporção dos recursos hídricos disponíveis
  • Taxa de reciclagem: parcela dos resíduos totais
  • Vulnerabilidade para mudança climática: pessoas afetadas por desastres relacionados ao clima, por população de 100.000,
  • média de 5 anos

O que isso muda na nossa classificação de risco-país?

Levando em consideração esse novo indicador de sustentabilidade ambiental, 18 países terão sua subclassificação SBE melhorada em um nível, enquanto 40 outros países terão sua subclassificação SBE piorada em um nível.

No geral, três países terão sua classificação reduzida:

  • Os Estados Unidos, de AA para A
  • Kuwait, de BB para B
  • México, de BB para B

"Esse novo indicador permite que nossa metodologia de classificação de risco-país registre o efeito indireto da mudança climática nas empresas, que podem enfrentar custos mais altos de financiamento e cadeias de suprimento interrompidas. No futuro, essa nova abordagem também pode restringir melhorias potenciais de países como a China, a Índia ou a Arábia Saudita, a menos que eles adotem medidas massivas e radicais para lidar com suas questões ambientais nos próximos anos", disse Ludovic Subran, Economista-Chefe do Grupo Allianz e do Grupo Allianz Trade.