Graças aos esforços de consolidação fiscal dos governos, a recuperação econômica forte, bem como as medidas de políticas monetárias do BCE reduzindo os custos de refinanciamento, o déficit público da Eurozona caiu de -6,2% do PIB em 2010 para -0,5% em 2018. Essa é uma melhoria notável. De fato, desde a criação do euro, o déficit público agregado em % do PIB nunca esteve tão baixo.

Com a exceção do Chipre, todos os países da Zona do Euro conseguiram respeitar o critério de Maastricht de -3%, com nove membros evitando qualquer déficit. A melhoria no peso da dívida, no entanto, continua tímida. A 85,1% do PIB em 2018, o peso caiu para 92% em 2014, mas ainda continua 20pp acima do nível pré-crise de 2007. O preocupante é que 12 países da Eurozona ainda têm proporções de dívida de mais de 60% do PIB – com a Grécia, Itália, Portugal, Chipre e Bélgica trazendo índices acima da marca dos 100%.

No futuro, a tendência favorável parece destinada a se reverter: considerando que o impulso econômico da Eurozona esfriou de modo notável nos últimos meses, enquanto o descontentamento social continua a crescer, é a política fiscal que parece destacada para salvar o dia. Esperamos que o déficit da Eurozona cresça para chegar a uma média anual de -1% do PIB em 2019-2020.